“… Da ilusão e fantasia da participação
democrática… ao realismo do sistema eleitoral carcomido e esgotado…
porque …Nada há de novo debaixo do sol…”
O “voto consciente”
continua refém dos interesses partidários despreocupados com as demandas
sociais e focados em seus destinos interessistas porque,
no fundo, querem mesmo é lucrar, custe o que custar.
Quem ganhou, ganhou, quem perdeu, perdeu, nada mudará se as principais
lideranças do país não se convenceram em não continuar como está, com
essas regras de jogo vencidas e viciadas elegendo sempre os mesmos e
mantendo a sobrevida dos privilégios de uma classe política parasita do
qual analisamos os números deste espetáculo do “pão e circo”
político-partidário sarandiense, abaixo:
1. Os resultados das
eleições para a câmara de vereadores em Sarandi confirmam de “cabo a
rabo” as expectativas das forças políticas que arquitetam as coligações
partidárias, não só para ganhar as eleições, mas conseguir, também, o
maior número de vereadores (no caso a totalidade) que lhe dessem
sustentação.
2. Que as coligações de oposição corriam o risco de não
eleger ninguém, pelo simples fato de não terem candidatos com expressão
e densidade eleitoral. Isto de fato também ocorreu, mesmo com partidos
como o PT, que muito embora, tenha tido o segundo candidato (Bianco
2.035) mais bem votado não atingiu o coeficiente eleitoral, ficando
assim de fora da Nova Câmara.
3. Que as coligações são montadas para
beneficiar e eleger os que lá estão permitindo com “risco calculado”
renovar entre 30 e 40 % dos indesejáveis, desgastados ou “trouxas
políticos” de turno.
4. Que candidatos como: Bianco 2.035 votos,
Dionísio da Diocar 1.087 votos, Leão 1.004 votos, Valdir do açougue 847
votos, Coceira da Metalúrgica 826 votos, ficam “a ver navios” ou na “rua
da amargura”; vendo chegar “lá”… O Adilson com 756 votos ou Nelson Lima
com 919 votos.
5. Que os candidatos Bianco (2.035 votos), Dionísio
da Diocar (1087 votos), e Leão (1.004), obtiveram 412 votos a mais do
que a soma dos quatros últimos eleitos, ou seja: Adilson, Nelson Lima
919 votos, Nildão 1.017 votos, Grava 1.022 votos.
6. Que candidatos
de 300 até 800 votos, obtiveram um total de 18.096 votos, bem superior
aos 11.858 votos obtidos pelos eleitos.
7. Que a multidão de
candidatos “descartáveis”, “inocentes” ou malandros” “úteis” ou
“inúteis”, isto é, de 300 votos para baixo, obtiveram 13.291 votos, bem
mais que os 11.858 votos que elegeram a nova câmara.
8. Que no
interior das próprias coligações existem candidatos preferenciais nos
quais se investe pesado, não poucas vezes, até para derrubar, algum
candidato “indesejável” das próprias coligações.
9. Que candidatos
“mequetrefes”, ou seja, a multidão de “descartáveis”, “inocentes” e
“malandros”, “úteis” ou “inúteis” são tratados a “Pão e água”, quer
dizer, através de santinhos, faixas e banners, além de um monte de
promessas não cumpridas em “ajudas” para a campanha.
“…Sem Reforma Política, tudo continua como dantes na terra de Abrantes…”.
No cenário acima analisado frente às eleições em Sarandi/2012
demonstram, infelizmente, um retrato comum em relação ao perfil
partidário-eleitoral do Brasil, ou seja, uma salada de siglas que se
multiplicam a cada eleição despolitizando as campanhas e abrindo espaço
para negócios e interesses escusos exigindo, então, uma verdadeira
Reforma Política em 2014.
É surreal e absurdo o número de 30
partidos habilitados a disputar eleições inviabilizando qualquer debate
sério e programático, além de deixar o eleitor com a sensação que tudo é
a mesma coisa e nem vale a pena votar porque nada vai mudar. Haja vista
os 25% de votos brancos, nulos e abstenções.
Portanto, consideramos extremamente necessárias como propostas na possível Reforma Política, as seguintes sugestões:
1. Clausula de barreiras ou de desempenho –
a. Esta Proposta que há anos está em discutição no congresso Nacional,
prevê que para ter direito ao fundo partidário e ao tempo de televisão
as siglas atuais conquistem pelo menos 5% dos votos validos para
deputados federais, tendo também 5% dos votos validos em pelo menos 9
dos 27 estados.
b. Esta proposta tornaria mais civilizada nossa
degradada estrutura partidária e acabaria com a “traficância” de
partidos sem representatividade real na sociedade, segundo alguns
analistas, restariam apenas uns seis partidos.
2. O “voto distrital misto” ou “puro”:
a. No caso de eleições municipais, distribuirá melhor a
representatividade e facilitaria, assim, o acompanhamento ou cobrança
dos eleitos por residirem na mesma região ou distrito.
3. O fim das coligações nas “eleições proporcionais” para Vereadores ou Deputados
a. Haja vista o exemplo sarandiense, tais como o Bianco 2.035 votos,
(segundo mais votado) ou Dionísio da Diocar 1.087 votos, Leão 1.004
votos acabando ficando de fora.
Se pelo menos estas três
propostas forem feitas, seria um bom começo para redespertar o interesse
dos cidadãos (as) eleitores (as) em participar da vida Política do país
de forma permanente e vigilante, e não apenas no dia do VOTO
OBRIGÁTÓRIO, que poderia, aliás, deixar de ser imposição legal e se
tornar apenas um direito.
Artigo desenvolvido por:
Pe. Décio V. Marques
Dr Allan Marcio Vieira da Silva
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